Quando eu te quis amar, você foi pedra. Quando eu te quis beijar, você foi ar. Quando meus abraços foram te procurar, você se fez veneno e me xingou pra sair. Porta fechada. Celular desligado. Face bloqueado. Quando eu tentei te explicar, você foi a surdez. Achou que nas palavras amigas entenderia melhor o que eu havia acontecido. Hoje, você me busca nas explicações sem sentido. Tentando me convencer de que tudo o que eu sofri foi um mal entendido. Se esqueceu das minhas procuras, tentativas, insistências. Achou que eu era apenas umazinha sem credibilidade, alguém sem caráter como tantas outras. Aliás, se bem me lembro, foi essa a comparação que me fez convencer que o seu silêncio eu não iria vencer. Mas hoje você percebeu o erro que cometeu. Viu que eu não sou tão “outras”. E compreendeu o tamanho daquilo que perdeu. E agora quer voltar. Como quem descobre um retorno logo ali, depois da entrada ultrapassada. Desculpe, amorzinho. O tempo que você me deu foi o bastante pra eu ver. Que tudo o que eu não quero mais na minha vida. É a presença de você.
Crédito da foto: Jonatan Pie.