Pela porta do meu dia, entra setembro. Falta pouco para o final do ano.
Cruzamos a primavera e nossos calendários já adicionam novas manhãs de sol.
As flores se abrindo, isso deve ser um sinal.
É a vida pedindo renovação. Sou eu quem recomeço minhas estações.
Estou de mudança. Constantemente. Estamos.
Não há quem não se modifique no varal dos anos. São tantas as primaveras que passamos para entender que viver é um aprender sobre o aprender. A todo momento, aprendemos a nos ser.
Entendemos nossas faltas, nossas cheias, nossas encruzilhadas.
É preciso encontrar o norte de nossos bosques. E também os sules.
Todas as direções são necessárias.
Cada experiência pode ser uma pequena semente ou uma grande árvore.
Experimento a vida enquanto ela me alimenta de seu sopro.
Somos, todos os dias, testados. Não para falharmos, mas para nos alcançarmos.
Setembro chegou. E com ele veio o carinho do vento
daquilo que me sopra para ser ainda mais. Mais leve, mais viva, mais mundo, mais eu.
Tantas renovações me aguardam. Quero viver todas as estações.
Quero florir na primavera, consumar o amor no outono, me deixar partir do inverno,
rebrotar na cor do verão.
E os dias que vierem, virão. Sendo o que Universo quiser.
Eu sou assim. Me deixo soprar porque sou folha.
Escrita no voo do vento.
De cada momento.
Crédito da Foto: Arno Smit