Detesto quando usam a expressão “sexo frágil” para identificar mulheres. Sexo frágil um ova! Eu não sou um sexo frágil, sou mulher. Sou forte, sou – como disse a Rita na música – “mais macho que muito homem” – e, portanto, não admito que venham com esses termos para cima de mim. E veja lá se sexo frágil faz depilação todo mês, sofre de cólicas todo mês, tem tpm todo mês! Sexo frágil não tem filhos, não tem peito para carregar e fazer crescer dentro de si um outro ser. Sexo frágil não entra na faca para parir, não amamenta com o bico dos seios rachados e nem dá conta de uma dupla jornada de trabalho como gerente de família e de departamento. Sexo frágil não faz o mesmo trabalho de um homem por metade do valor e ainda assim sorri com romance nos lábios. Sexo frágil não se arruma todos os dias pela satisfação de se sentir bonita para si mesma e, consequentemente, para o outro.
Não sou sexo frágil. Aliás, não aceito essa divisão. Sexo não caracteriza nem define pessoas. Sexo não rotula; ou pelo menos não deveria. Quantas mulheres são machos e quantos homens são fêmeas? Quantos homens são mais homens que muitos homens tendo a alma cheia de flores? E quantas mulheres são mais amazonas e guerreiras que tantas outras fêmeas? Se me perguntarem, digo que não tenho sexo ou que os tenho todos. Sou ambivalente. Sou mórfica de poesia Órfica. Sou órfã de sexo, de gênero, de definições. Sou mutante, hemarfrodita de alma como todos deveriam nascer de corpo. Voto: Que sejamos anjos – sem sexo-, ou sexualmente duplos, como éramos antes da divisão e do surgimento do amor platônico. Quem sabe assim conseguiremos ser, como já somos, seres sem a necessidade de segmentações. Seres plenos da plenitude humana.
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Obrigada!