Domingas Alvim

Escrevo e me batizo com a água santa do caos das palavras. Escrevo e faço de mim a correnteza do rio, o riso da lágrima, o sol da chuva, a vida do avesso. Escrevo e assim conheço o que desconheço... Na escrita, reencontro os que nunca encontrei, mato as saudades das memórias com as quais nunca sonhei. A escrita é meu pouso, meu refúgio, o lugar para onde eu fujo quando quero me encontrar. Profundamente... Se escrevo, é para tentar me buscar. Se escrevo, é para tentar te tocar. Na palavra respira o meu ar. Nela, redescubro o amor que me gera e fico mais perto da vida... Escrever é só. Só a minha maneira de pegar o mundo com as mãos…

Toda vida é um motivo de amar

Peguei minha cachorrinha no colo e disse pra ela: “você é uma vida”. E ela me olhou ressabiada, como se aquilo que eu lhe dissesse fosse uma coisa óbvia e, por isso, não precisasse ser dita. Mas eu acho que precisa. Porque quando se diz a alguma coisa “você é uma vida”, isso implica dizer …

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Chantilly nunca mais

Em inglês, para se dizer chantilly, usa-se a expressão “whipped cream”. A tradução disso para o português é “creme de leite batido”. “To whip”, portanto, quer dizer bater. Mas também pode ser “açoitar, chicotear, espancar”. Ou seja, para chegarmos àquela textura cremosa do chantilly, é preciso bater bastante no creme, chicoteá-lo, espancá-lo, até alcançarmos aquele …

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Nas penas de um olhar despenado

Uma pomba na frente de um caminhão. Ela parada. O motorista, sem paciência, buzina. A pombinha olha praquele monstro diante dela e, com uma indiferença pombalina, sai de seu caminho com os passos em câmera lenta. Uma pomba não entende das pressas humanas​, das pontualidades dos relógios, de nossas artificialidades… Uma pomba tem coisas mais …

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