Domingas Alvim

Escrevo e me batizo com a água santa do caos das palavras. Escrevo e faço de mim a correnteza do rio, o riso da lágrima, o sol da chuva, a vida do avesso. Escrevo e assim conheço o que desconheço... Na escrita, reencontro os que nunca encontrei, mato as saudades das memórias com as quais nunca sonhei. A escrita é meu pouso, meu refúgio, o lugar para onde eu fujo quando quero me encontrar. Profundamente... Se escrevo, é para tentar me buscar. Se escrevo, é para tentar te tocar. Na palavra respira o meu ar. Nela, redescubro o amor que me gera e fico mais perto da vida... Escrever é só. Só a minha maneira de pegar o mundo com as mãos…

Nas linhas de nossas mãos

          Há, no Budismo, um conceito chamado “Impermanência”. Trata-se daquilo que a própria palavra traduz:  tudo é impermanente, nada é imutável, o para sempre sempre acaba.  Numa cena do passado e repassado filme “O pequeno Buda”, de Bernardo Bertolucci, há um monge desenhando uma grande mandala no chão com grãos coloridos …

Nas linhas de nossas mãos Leia mais »

A marcha pra frente

       Nos acordares, agendamos planos. É a marcha pra frente. Enchemos nossos tanques de combustível e nos preparamos para a largada de um ano que só começa depois do carnaval. Tomamos, bem cedo, nossa vitamina de leite com água sanitária e, nos pulsos, badalamos as horas da responsabilidade.       Praticamos um …

A marcha pra frente Leia mais »