Voltando do Rio pra BH. Aeroporto. Avião gelado. Ar-condicionado. Um friozinho no corpo e na barriga. Voar, para os como eu, é um pouco aflitivo. Se eu fosse um animal, duvido que seria uma ave… Boa noite, diz a aeromoça. E abre um sorriso. Grande. Efusivo. Caloroso. E durante todo o voo é educada, aberta, amistosa. Com todos. Ouço um homem elogiá-la. E outra moça mais à frente. Ela chega à minha poltrona. Um novo sorriso. Tão franco. Tão lindo. Não resisto: você é muito simpática, digo. Ela, já quase uma senhora: ah, muito obrigada. E sorri ainda mais. E eu continuo: obrigada por nos receber tão bem. E segue sorrindo. Tem gente que nasceu pra tranquilizar. Um sorriso faz isso por mim. Mal alguém entra numa sala e me sorri, e eu me pacifico. Internamente. Gratamente. Pessoas que nos sorriem gratuitamente são tipo trevo de quatro folhas. Dá vontade da gente guardar na carteira. Levá-las conosco. Pra todo lado. É que um sorriso traz sorte. É um ato de luz. Esquenta e abre as portas. Do coração.
Crédito da Foto: Autumn Goodman.