Uma amiga falando sobre uma festa. Comentários sobre o modo de se vestir do povo. Digo apenas: ‘amiga, cada um é cada um’. Mas isso, mas aquilo. Argumentos, argumentos… Porque quanto mais enevoados estamos, de mais argumentos precisamos. ‘Porque isso não é roupa de homem. Porque mulher não se comporta assim’. Amiga, repito: Cada um é cada um. Mas mais isso, mas mais aquilo. Amiga, você já parou pra pensar que muita gente deve achar que você não deveria se comportar assim, falar assado, se vestir assum, se viver assudo. ‘É, nisso eu nunca tinha pensado’. Então, pronto. Cada um é cada um. E, assim sendo, sigamos. Cada um deixando que o outro seja sejando. Que cada um seja como cada qual queira, sendo apenas o assunto de si mesmo. Sem que a gente tenha nada a ver com isso ou com aquilo. Sem que a gente se sinta no direito de opinar como cada um deve a sua própria vida levar. Já é árduo o bastante ter que conduzir a si mesmo. Então, deixemos que o outro viva de se ser. E sigamos sendo apenas como queremos viver. Cada qual cuidando de si. E cuidando também de defender o direito de cada um ter o seu lugar e o seu modo de se expressar. Cada um é cada um. E que seja esse o lema. Que nós tenhamos em comum.