Eu me perdoo por não ter te recebido como devia, por não ter te aconselhado como não sabia, por não ter te dito os verbos que desconhecia. Eu me perdoo por não ter sabido, naquele momento corrompido, não me corromper. Eu me perdoo por não ter percebido que o que você precisava de mim naquele dia era apenas um carinho, um abraço amigo e, da vida, um abrigo. Eu me perdoo por não ter podido ser a pessoa que você merecia. Tudo o que eu não fiz por você, foi por não saber fazer. Tudo o que eu não fiz foi para que você me ensinasse o que eu precisava aprender. Foi preciso que eu errasse, que algum mal eu te causasse para que, nele, eu viesse a me crescer. Eu me perdoo por toda dor que te gerei, pelo transtorno que te criei, pelas palavras com que te magoei. Era preciso. Eu precisei. E se hoje sou quem me tornei, foi por precisar que você estivesse naquele lugar para me ensinar o que ontem eu não sabia, mas hoje eu sei. Eu me perdoo porque preciso e porque errar eu precisei. E espero que você também possa, apesar de todo o pesar que te causei, um dia vir a me perdoar. Se foi dor o que te dei, para conseguir o meu perdão, foi do seu amor que eu provei. Mesmo sem saber o bem que você me fez, obrigada. Sinceramente, obrigada.