Claro que felicidade não tem preço. Porque felicidade é um valor. E valores não se compram. São conquistas nossas. Internas. Não basta dinheiro. Riqueza aqui não conta. É como os sentimentos genuínos. O cara pode ser o mais bilionário do mundo, que, se não tiver, é pobre, miserável. Porque felicidade não tem a ver com poder, com matéria, com ouro em pó, líquido ou em barra. Felicidade não tem a ver com carros, helicópteros, nem jet-skis. Essas coisas são distrações. Ilusões que o povo dá um jeito de colocar no lugar deste sentimento puro, dessa coisa que nos vem como uma sensação de plenitude. Não são fogos de artifício, nem nada passageiro. É algo que está impregnado em nossas almas. Que nos faz andar por aí com um sorrisinho mínimo, quase escondido, no canto direito do rosto. É uma pessoa te parar na rua e dizer: nossa, você tem uma energia tão boa. E você respirar fundo e pensar: sim, eu sou feliz. É algo simples. Como se encantar com uma poça d’água, como saber ouvir um passarinho piando ou admirar uma gaivota voando. E por isso não é todo mundo que tem. Porque há riquezas que não estão nas marcas que compramos, nem nos produtos que mostramos. Há riquezas que são mais ricas porque só vivem dentro. E dentro de nós são flores raras, mais valiosas que qualquer diamante. É simples. Mas não é simplório. É apenas um estado de espírito. Aquele das pessoas que sentem por dentro uma luz que pulsa. Aquele que nos diz, como uma voz de certeza por dentro, é, eu sou a parte viva de um milagre. Eu pertenço ao mundo e o mundo me pertence. Somos um só. E por isso somos uma felicidade no corpo de uma pessoa.
*Crédito da foto: Matheus Bertelli.