Útil é ser útil. Em série. Útil é construir um mundo de utilidades inúteis. Em série. Útil é produzir e reproduzir o produzido. Em série. Útil é reproduzir as mesmas ideias. Em série. Útil é vestir-se na mesma-nova moda. Em série. Útil é ter diplomas. Em série. (Não pelo prazer do conhecimento, mas para o caso de um empate nas provas dos concursos públicos). Útil é seguir a vida de padrões. Em série. Útil é trabalhar com o que não te dá prazer. Em série. Útil é se vender. Em série. Útil é viver em apartamentos menores que fotos 3×4. Em série. Útil é sair às ruas em manifestações dizendo: eu acredito no inacreditável. Em sério. Útil é reproduzir o stress. Em série. Útil é reproduzir a violência. Em série. Útil é se dedicar a coisas úteis. Em série. Útil é viver. Em série. Útil é ser um produto útil a um sistema que te utiliza para te inutilizar. Em série. Útil é ser tão útil que, chegada sua terceira idade, você receberá uma carta de alforria dizendo: “Parabéns, você foi inutilizado por tanta utilidade.”
E mais uma vez o Homem se supera em seus resultados inúteis. Em série.