Hoje a pessoa diz que sim. Amanhã, talvez. Ontem, não sei. Te joga de um lado pro outro. Um dia te quer, no outro, quem sabe? Enquanto ela decide, você vai brincando de ser, na mão dela, um io-io de prazer. Uma hora te puxa, noutra, te joga longe. E o seu barbante estica. Enrola. De volta. De novo: io-io-me, io-io-you, io-io-me, io-io-you. Esse é o seu lugar no joguinho ‘carinhoso’ do outro. Se o céu está limpo, ela te manda um zap. Se nublou, desliga o celular. Se chove, um cinema? Se abre de novo, tô indo, fui, tchau. E é um tal de você, no meio da encruzilhada, sem saber como entender aquelas placas em koreano. Pra que lado, mesmo? O vento é forte e muda de direção. E inesperadamente muda também a trilha das setas. Você se contém. ‘Não vou ficar enchendo o saco de ninguém.’ Mas no fundo, alguma posição, você espera. Daí, um dia, você bate o pé: ‘Então, como é que é?’ A pessoa finge de mula. Faz que não entendeu. Ok. Pra você já deu. Um abraço apertado, um barbante cortado e um io-io adeus.