Pelas margens do Tejo sigo até Belém. Vou pedalando minha bicicleta alugada até o monumento dos Descobrimentos. Em pensar que homens corajosos saíram da segurança de sua terra para pisar o mais bravo do mar. Venceram correntezas, cabos, monstros, medos, angústias, saudades e até o gigante Adamastor. E nos chegaram. Seguindo o risco de irem às Índias por um outro lado. Hoje, tanto tempo passado, sou eu quem na terra deles chega. E desembarco com os olhos do encanto. Me renasço, pois descobrir o outro é descobrir-se. Sou outras terras, um novo rio, um outro lado de um mesmo mar. Sou um desbravamento ultramarino. Um Atlântico a outras costas beijar.