A cada dia que passa, eu me deparo com uma safra de escritores brasileiros muito babaca. Explico: eles não são babacas por serem babacas, mas são babacas por escreverem coisas que nos fazem – nós, demais escritores – nos sentirmos babacas por querermos seguir sendo escritores. Bom, acho que você, leitor, deve estar querendo nomes. É normal, a gente sempre quer culpar alguém por nossa sensação de falência. E eu poderia te dar uma lista deles. Mas… será? E o medo de que você pare de me ler para ir seguir a escrita desses babacas? Contudo, acho que eu seria mais babaca do que já estou sendo, se não te passasse esses nomes que já estão aí para todos verem, mas que, na minha opinião, merecem o reforço dessa minha carinhosa crítica. Um deles, por exemplo, seria o Gregório Duvivier. Ah, vai ser babaca assim lá nas minhas páginas em branco! Porra, que saco esse cara. Não entendo por que certas pessoas decidem escrever essas coisas tão babacas de tão brilhantes. Fazem a gente se sentir um idiota e, logo em seguida, um babaca por se sentir tão idiota e um idiota maior ainda por não conseguir ser um escritor tão babaca de tão inspirador. Pô, Gregório, isso é coisa que se faça com sua própria classe?! Golpe baixíssimo. Então, “primeiramente, fora Gregório”. Outro que também não poderia deixar de constar nessa minha lista é o Antônio Prata. Ah, cara, vai ser babaca assim lá no meu escritório, com os dedos escrevendo no meu notebook. Que merdas maravilhosas são essas suas sacadas… Aquela crônica das gavetas da cozinha, de separá-las em metáforas de festas… Ah, para, cara… Isso é jeito de fazer as pessoas se sentirem babacas por quererem seguir escrevendo? Que educação foi essa que seus pais te deram?! Tratar os outros assim?! Pô, são crônicas como essas que fazem a gente ter que gastar anos e rios de dinheiro com analistas para retomarmos nossa auto-estima. Que saco! Outra que eu conheci recentemente, mas que também é uma babaquinha de primeira, é aquela Tati Bernardi. Depois que eu li aquele texto da Mulher Boazinha… Plmrdds! Vai humilhar a gente assim lá no meu blog! Enfim, acho que já deu pra entender por que é que elegi esses babacas para estarem aqui. Desculpem-me os demais babacas que não listei explicitamente. São muitos. Essa nova safra de escritores brasileiros tá tão babaca, mas tão babaca, que não haveria espaço suficiente para todos os xingamentos necessários. Ah, e aos meus queridos babacas preferidos, me desculpe se, de alguma forma, eu os ofendi. Acho que, como uma boa carioca, eu ainda não aprendi uma maneira melhor de amar do que a partir de um amável xingar. Até lá.
*Na foto, o Antônio Prata. Dele, indico o livro “Trinta e Poucos”.