Os olhos dele olhando os olhos dela. A cor do céu da água mais cristalina. Nela. Dava vontade de refrescância. Logo ele, que sentia tanto calor. Talvez os trópicos lhe dessem essa excitação, que só aumentava diante daquelas piscinas oculares. No dia em que, finalmente, foram pra cama, foi como se tivesse mergulhado. Em céu. De fato, esperou-a encarar-lhe fixamente, disse eu te amo e, num movimento brusco, mergulhou. Pra dentro daqueles olhos. Nas noites de calor, quem os olhasse fixamente veria mais que um céu ou uma piscina limpa. Veria um pontinho muito pequeno a nadar em volta do ralo negro daquela pupila. Era ele. Ele que se banhava todas as noites nas águas azuis da cor daquele olhar.