Somos muitos. Somos todos. Somos cada um de nós uma história, uma série de contos, um mosaico de crônicas, de poemas, uma coleção. Nosso viver é um drama, tragédia, comédia, histórias sem fim. Somos asas, voos, terras, viagens, dúvidas, inseguranças, lembranças, futuros, esperanças, tantas e tantas e tantas possibilidades. Somos prazeres, contatos, construções, remodelações, design de interiores, arquitetura tombada, um condomínio de vivências, uma vila de experiências. Somos cartas, somos mapas, relevos diversos, geografias incertas, descobertas, ruas sem saída. Somos tantos teatros, peças, quebra-cabeças. Somos jogos de tabuleiro e um país em inteiro dormindo na enseada de um só coração. Somos um pulso batendo no peito, uma vontade de liberdade, um trejeito no jeito do outro, um sonho coletivo que se sonha por dentro de um sólido tempo em liquefação. Somos uma geração que vai se estendendo numa humana ligação. Somos humanos, compartimentos compartilhados, apartamentos apertados, casa de campo, vista pro mar e maravilhosa gratidão. Cada um de nós, uma alma a comportar todo um universo que se escreve em muitos versos nesta poesia terrena que batizamos como um livro que, apesar dos seus muitos volumes, se concebe com apenas um título: VIDA.