Peguei minha cachorrinha no colo e disse pra ela: “você é uma vida”. E ela me olhou ressabiada, como se aquilo que eu lhe dissesse fosse uma coisa óbvia e, por isso, não precisasse ser dita. Mas eu acho que precisa. Porque quando se diz a alguma coisa “você é uma vida”, isso implica dizer que ela é, portanto, um motivo para se amar. Na verdade, o que eu explicitava à minha cachorrinha é que eu a amava porque ela era uma vida. Pois uma vida por si só já traz implícito, dentro de si, um motivo de amor. Reconhecer que se tem nos braços uma vida é dizer eu te amo, você não acha? Ela não respondeu. Ela nunca me responde. Mas no fundo eu sei que ela concorda comigo. Você, não?
*Te amo, Bibi.