Você fala, a pessoa não ouve. Você aponta, a pessoa não vê. Você indica, a pessoa não lê. Você escreve, a pessoa não consegue entender. E você se arrepende de ter falado, apontado, indicado, escrito. E você se diz que nunca mais vai dizer nada, apontar nada, indicar nada, escrever nada. Mal passa uma hora e lá está você. Fazendo o que não se cansa de fazer. Então você se frustra. Se pergunta: ‘pra quê’? Pra que você continua tentando? Mais à frente, quando o download do tempo está concluído, você descobre que a falha estava no seu arquivo. Que era o seu software que estava corrompido. Pois você quis se fazer crer que o tempo do outro amadurecer é o mesmo que você reconhece em você. E aí você percebe que o melhor que tem a fazer, é esperar. Torcer para que o outro, um dia, abra o seu próprio olhar. Você aprende que nada do que você falar pro outro sentido algum fará se, de fato, ele ainda não estiver no tempo de desabrochar. Pois nenhum fruto, que de uma árvore se dá, se dá sem por suas próprias estações passar.
Crédito da foto: Perminder Klair.