Experimentos Literários

Sem perguntas

               Vestimos nossa originalidade nas marcas de nossas roupas. Pagamos carros do ano em 48 prestações, porque precisamos provar que temos algo de diferente em nós para mostrarmos. Tomamos remédios contra a ansiedade, porque nos enchemos de estímulos fúteis. Somos consumistas, claro, sem ideais, o que mais poderíamos ser? …

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Sou um objeto de consumo

Sou um objeto de consumo porque me consumo em coisa. Sou um objeto de consumo porque consumo, porque com sumo – ou sem – acabo-me consumindo até o que não se tem. Sou um objeto de consumo que se consome comendo, bebendo, perdendo, gastando, lambendo, dizendo, querendo. Sou um objeto de consumo consumindo o inconsumível …

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Onde cabem perguntas cabem estrelas?

          O meu querer é filho sem pais… Personifica minha poesia e me enrosca as pernas com suas vírgulas. Meu querer é a caixinha de sapato onde dorme o mais interessado dos interesses, o amor. Ah, esse amor… Negócio tão vantajoso que até na falência se lucra. Mas é difícil decodificá-lo. …

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Eu nunca fui ao teatro

Estive no palco, fui manjedoura, criança, noviça, novilha: eu nunca fui ao teatro. Passei pelas sombras, atravessei as luzes, fiz a fumaça da cena, contrariei diretores, fui castigada, crucificada, cometi erros de fala, silêncios prolongados, perdões, perdões, perdões: eu nunca fui ao teatro. Fui sogra, cunhada, nora, traidora, leal, amiga, duelo, fofoca, trama, enredo: eu …

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